Esta semana vi o IRREVERSÍVEL. Que brutalidade.
Em ternos de estrutura o filme está brutal. A opção pela inversão da narrativa faz toda a diferença neste filme.
Isto porque, desta forma, a violência surge sem ter uma justificação prévia, o que, de certa maneira, desarma emocionalmente o espectador. Normalmente a violência nunca nos é apresentada desta forma tão crua, mas sim como o culminar de algo, e normalmente com uma “fundamentação” emocional por trás. Se a estrutura seguisse uma ordem cronológica, o filme resumir-se-ia a uma estória de vingança. Ao ser apresentado neste formato, o filme obriga a uma constante reflexão.
Os primeiros 15 minutos do filme são muito difíceis. A câmera em constante movimento incomoda um pouco. Neste filme a câmera acaba por pautar o próprio ritmo emocional do filme, uma vez que, no inicio do filme ilustra o estado “descontrolado” em que a personagem se encontra e, á medida que as personagens ficam mais serenas, os planos ficam mais estáveis.
Excelente filme! Pelo impacto e pelas questões que levanta.
Semelhanças? “A laranja mecânica” está para “Irreversível” como “Hurricane” está para "ALI" :-)