26 September 2007

Sicko

Trata-se do novo filme documentário do Michael Moore.

É acerca do sistema de saude americano.

Depois de assistir ao filme cheguei à conclusão que adoro ainda mais a Europa.

Admito a minha ignorância neste post, pois não percebo como é que ainda possa existir a ideia do "sonho americano", país para o qual muitas pessoas desejam emigrar em busca deste, que continuam a tentar fazê-lo das mais diversas formas, muitas das quais colocando em perigo a própria vida.

Claro que nenhum país é um mar de rosas e se procura sempre um que ofereça melhores condições... mas quando são os direitos básicos que são colocados em causa, como o direito à prestação da assistência médica (já nem me estou a referir aos mais elevados padrões de qualidade) decididamente os EUA não são um local para o qual desejasse ir.

Quando o direito à assistência médica é decidida por uma qualquer companhia de seguros ao invés de ser pelo médico que está em contacto com o paciente e lhe diagnostica o quadro clinico a ser alvo de tratamento, em muitos dos casos estando em causa um tratamento urgente e prioritário... penso que a ordem de valores está invertida.

Quando acabei de assistir ao filme só me interroguei como é que a realidade descrita pode ser verdadeira em pleno século XXI em um dos paises ditos mais desenvolvidos do mundo.

A seguir questionei-me como é que o House consegue exercer medicina num pais assim e não ser ainda mais questionado pela Dra. Lisa Cuddy acerca de ser possível ele realizar tantos testes/exames até concluir finalmente o que é que o paciente realmente tem.

Penso que a questão dos seus pacientes terem ou não seguro de saude nunca foi uma questão muito central nos episódios, nem se os tratamentos são ou não elegíveis em termos de cobertura pelo seguro...

Um bem haja ao Dr. House que se preocupa realmente em resolver os enigmas/mistérios em termos clinicos que lhe são trazidos pelos seus pacientes, ao invés de se preocupar com os formalismos administrativos...

3 comments:

sof* said...

quer queiramos, quer não, vale mesmo a pena ser europeu e ter uma segurança social, que mesmo funcionando lentamente, sempre nos dá algum retorno. os estado unidos sao mesmo assim, ou entras a morrer numa urgência ou então tem o pagamento do seguro em dia, senao chau aí!!!
há um filme que fala sobre este assunto, penso que é com o denzel washington, mas nao tenho a certeza. ele tem um filho, nao tem seguro, há um sequestro, o verdadeiro drama da vida americana....

carla said...

Nao consigo perceber como é que os Estados Unidos se consideram a nacao mais desenvolvida, e com qualquer moral para apontar o dedo aos outros. Claro que nao existem sistemas perfeitos, mas o americano está de facto a anos luz de tudo o que se possa imaginar.
Nao achei o documentário muito bom (nao sou grande fa do Michael Moore), um dos grandes problemas que nao me agradou foi o bombardeamento de casos surreais que existem no sistema de saúde americano. Eu percebi que existem coisas muito bizarras, mas há montes de coisas que ficam por explicar, talvez porque foram considerados dados adequiridos, mas que nao o sao para um europeu que nao está a par do sistema de saúde americano.
Outra coisa foi aquele périplo que ele faz por alguns paises da Europa, Canada e Cuba, e a atitude que ele tem é exactamente aquela que ele critica. Aborda os outros sistemas de saúde como se fosse impossivel que algum deles funcionasse melhor que o americano, sempre à procura das falhas e com aquela tao tipica postura da superioridade americana.

Depois de ter visto o documentário mudei de ideias relativamente aos meus plenos de reforma. Afinal já nao quero ir viver para o Brasil, vou para Cuba ;-) só espero que nessa altura a mao americana ainda nao tenha conseguido destruir algumas das coisas boas que aquele pais tem.

al said...

tenho este filme no desktop à umas semanas... não me parece que vá arranjar pachorra para o ver tão cedo... ou alguma vez mesmo...

não há pachorra para o michael moore e os seus circos.

http://youtube.com/watch?v=fJuNgBkloFE