03 February 2010

Precious

Precious (Gabourey Sidibe) é uma jovem de 16 anos, quase analfabeta, que sofre abusos sexuais, físicos e emocionais. A certa altura, é expulsa da escola e é-lhe oferecida a oportunidade de frequentar uma instituicao alternativa, que a vai ajudar a dar um rumo à sua vida.

Aquilo que parece ser uma história simples e até bastante corriqueira, chega até nós de uma forma poderosa e chocante. É incrível, mesmo. Deixa-nos com um nó na garganta, mas ao mesmo tempo consegue transmitir uma sensacao de… sei lá, de assombro, admiracao. E uma mensagem de esperanca.

Gostei mesmo muito. Recomendo. É um soco no estômago, food for thought.

Fiquei a pensar se a nomeacao de Gabourey Sidibe para o Oscar de melhor actriz faz tanto sentido quanto isso. O papel requer que ela se apresente de forma quase inexpressiva durante 90% do filme…

Quanto à nomeacao da Mo'nique (no papel de Mary, mae de Precious) para melhor actriz secundária: uau. A mulher tem definitivamente os seus 15 minutos de fama quando, quase no final do filme, numa explosao emocional, explica a lógica por trás de todo o seu comportamento. Está mesmo muito bem.

Ah, é verdade. Por lá também aparecem Lenny Kravitz e Mariah Carey.

4 comments:

Sergio said...

É verdade q a historia é "corriqueira" qs lembrando "mentes perigosas", mas acho q duas coisas o destinguem:
- haver mais tempo p o personagem d mae d Precious criar todo o ambiente familiar p q as cenas n escola resultem
- os efeitos de realizacao e sequencias "de sonho" ao longo d filme

o 1° ponto conta c a performance inesquecivel d Mo´nique (lindo nome, nao é? :-D) q, alem do tour-de-force dos 15 min finais, cria durante todo o filme uma personagem dificil d ver, autodestrutiva, completamente marada, ás vezes a rocar o limite d credivel, mas tal serve apenas p potenciar a enxurada d emocoes q ela cria n filme. Sem ela, o filme nao seria nem metade tao bom, pois a personagem d Precious (como a M disse) n é mt expressiva nem exigente...basta tar la! as emocoes d Precious vem em contraponto as atitudes d personagem d Mo´nique. Dificilmente vou ver um filme deste ano c uma female performance tao boa qt esta. adorei-a!

2° ponto: mas q raio eram aqueles zooms rapidos qd havia um plano n cara d algum personagem? aquilo irritou-me bastante, pq nao servia a historia! foi apenas um truque despropositado p dar uma emocao q nao existia (pelo menos naquele momento) n discurso!
mas as cenas d "sonho" estavam engracadas! completamente glamorosas e com uma fotografia completamente artificial, demonstravam exactamente o q aquilo era: uma irrealidade!

O Lenny Kravitz n parecia bem ele!...

p.s. q realidade fod*** q este filme conta!

M said...

As cenas dos sonhos, ou da (ir)realidade ultra alternativa, estao muito bem conseguidas, mesmo. Dao profundidade à história e à própria personagem de Precious. E funcionam também como um escape para o espectador, nao só para ela.
O teu P.S.: nao posso concordar mais... É de ficar completamente entalado...

carla said...

Sem dúvida um filme muito forte. Tal como disseram aquela realidade não parece real, só de pensar já dá um nó no estômago....
A personagem da mãe quanto a mim é quase o personagem principal, porque apesar do filme ser sobre a Precious, é por causa da mãe que quase tudo aquilo acontece.
Gostei muito das cenas de "sonho" também, mas os flash-backs também estavam muito bons, principalmente as cenas com o pai, nunca mostrando nada muito específico mas transmitindo a sensação certa.
Uma das coisas que mais me fez impressão no filme foi a comida, aqueles planos do tacho com o pé ou joelho de porco eram qualquer coisa de desconcertante....

Muito bom!

Heidi said...

Gostei!
É claro que a mãe dela está brutal (Mo'Nique) e sim é practicamente essa actriz que "suporta" o filme do início até ao fim. Mas também gostei muito da actriz que faz de Precious (Gabourey Sidibe).

As cenas de "sonho" são mesmo um grande escape para nós, mas também o são para Precious, era o que ela usava para poder aturar toda aquela loucura, durante tantos anos (toda a sua vida). Acho que é aí que simpatizamos com a personagem principal e entendemos a sua dor.

Só de imaginar aquela realidade que era a sua vida... é sufocante. Ou seja, o filme é pesado, mas poderia ser terrivelmente pesado, e ainda bem que não o foi.
Com as cenas de "sonho" e com as cenas das raparigas da turma dela :) são momentos que dá para descontrair, o que é bem necessário num filme assim.

O que também serve de suporte, e aqui entra a cena "mentes perigosas", é a professora (Paula Patton), que também me pareceu estar muito bem.

Diga-se de passagem que gostei das participações de Mariah Carey e Lenny Kravitz que nem parecia ele! :D