10 April 2008

henry&june


revi o "henry&june" aos bocados. intermitentemente num misto de saborear e de dificil de engolir.
lebrava-me de muito pouco, mas à medida que o filme ia passando ia-me relembrando e lembrando do que senti à tantos anos atras quando o vi pela primeira vez. as partes que mais me tinham marcado e as que nem por isso e por isso mesmo agora me tomaram de surpresa. ai ai a maria de medeiros... perto dela a uma thurman parece tão vulgar.
uma coisa que não me lembrava era do ar teatral que se respira durante o filme, como se conseguisse cheirar a madeira velha de um teatro qualquer. outra coisa que não me lembrava era da inocencia, se calhar candura é melhor, que nos embala e rodeia lentamente como um nevoeiro que não se ve chegar. por isso mesmo as partes mais tensas, violentas, são verdadeiramente angustiantes pelo contraste com tudo o resto.
deu-me vontade de escrever...
um dos promenores que não me lembrava e me surprendeu é que ela só publicou certas coisas depois do marido morrer. respeito é muito bonito e eu gosto, ja dizia a minha mãe. um toque de classe extra.
para acabar apetece-me ir ao inicio. o titulo. aqui esta outro toque de classe extra. algo que parece obvio, mas que nas maos errradas podia muito bem ter sido "anais" ou assim qualquer coisa. digo isto porque o filme é realmente sobre ela e no fundo ela é a unica real pessoa do filme com os outros sempre em segundo plano. a evolução, o crescer é todo dela enquanto os outros são mais pedras de diferentes tamanhos e feitios. e apesar de alguns serem deslocados pelo vento acabam o filme sendo a mesma pedra do inicio com uma face diferente virada para cima. ja a maria de medeiros faz-me mais lembrar as sementes de um dente de leão que com esse mesmo vento se liberta da planta e vai percorrer novos caminhos.
bem já tou a ficar meloso...aquele vestido de renda...já me tinha esquecido porque é que lhe achava tanta piada. maria de medeiros

galarim.blogspot.com

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