18 March 2008

"A Woman Under The Influence" de John Cassavetes

http://www.imdb.com/name/nm0001023/

Afogado, preso, e sem saída, forçado, e libertado, a música deu-me novo ânimo, mas ainda nem tudo está bem, e todos tentam novamente, todos querem ajudar e todos acabam por me afogar... UUfffff

Uma mulher com problemas psicológicos, loucura?!?, consideremos que é diferente e que lida com as outras pessoas de forma diferente. Emocional em demasiada para a geração T.V. de hoje em dia, dificilmente suportada pelos outros na altura. A sua loucura torna-se um problema na família. A abordagem é sem dúvida pouco convencional, e dá um twist na questão da loucura e da vida em família.

Este filme é muito bom. É um sufoco ver este sofrimento e todos os meandros desta estória, mas é um prazer ver o sobreviver. No disfuncional, há uma certa harmonia possível e acaba por ser, não belo, sem final feliz, mas vívido, ríspido, forte. Em luta.
A camera subjugada às interpretações, aos actores e seus devaneios. John Cassavetes não teve muitos sucessos, mas foi o maior dos experimentalistas americanos dentro do cinema-vérité. Este filme teve um argumento, mas aos actores era dada alguma liberdade, coisa que se sente em algumas das cenas, e tb é algo que nos faz contemplar, pois uma pausa numa briga não é um momento de calma. A tensão continua presente e existe, densa, como um animal que se move e se molda às paredes, e se estende até nós. Eu colei ao ecrã. A filmagem é genial, e dá uma dimensão sempre forte a cada cena e à sua emocionalidade relativas. A interpretação de Gena Rowlands, a esposa de Cassavetes, está simplesmente genial, e aqui dá para ver como é uma excelente interpretação feminina. Peter Falk, está excelente, sendo o resto do elenco povoado por secundários, e alguns membros da família de Cassavetes.

2 comments:

Monges do Nada said...

Bem, eu também achei este filme genial! Mas, a verdade é que não é para toda a gente.
Cassavetes faz de nós uns convidados permanentes e ao mesmo tempo ignorados, no sentido em que a família segue a sua vida independentemente da nossa presença. Faz-nos sentir que quebramos a intimidade dos personagens e com isso vem uma sensação de incomodo. Depois de ter visto este filme, fiquei com a impressão de que deveria rever a minha "critica" ao Things we lost in the fire. Se aquele era umj filme muito humano, então aqui uso o termo de Nietzsche: Humano demasiado Humano.

Sergio said...

Ja andava a algum tempo p ver um filme do Cassavetes...acho q esta decidido qual! :-)
Curti os comentarios! acho q vai ser uma sensacao de voyarismo humanista! :-D