30 April 2009

Terra Estrangeira (1996)




Um filme luso – brasileiro ,de Walter Salles e Daniela Thomas.

Este filme desenrola-se no início da década de 90, Fernando Collor, primeiro Presidente eleito pelo povo, inicia o governo com um conjunto de medidas para o combate da inflação. Os efeitos dessa politica económica são o ponto de partida deste filme que oscila entre a esperança e o desespero. E nós que vemos o filme, bem que sentimos isso.

As perspectivas de um futuro incerto levou os jovens brasileiros à emigração como única saída.
Não é a estória de um exílio específico, mas sobre a falta de raízes, sobre o sentimento de não ter um lar, não pertencer a lugar nenhum.

Destaco uma das imagens do filme, o navio ENCALHADO, por reflectir o impasse vivido por esses jovens.
“Uma das imagens do filme, a do navio abandonado numa praia estrangeira reflecte a "solidão cultural" pela qual se dá a experiência migrante, essa última condenada a encarar o peso das permanências culturais” (Hall 1996).

Um filme muito interessante pela parte histórica, pela estória (muito envolvente), pela mistura sócio-cultural, pela banda sonora brutal (destaco a musica final “ Vapor Barato” que tem tanto de triste como de linda)…ah! e é um filme a preto-branco…..ADOREI!

Recomendo, vale ver!!! :).










3 comments:

carla said...

Estava bastante curiosa sobre o filme, nao o conhecia de todo, mas o post da Narizinho deu-me bastante vontade de o ver.

Acho que o filme comeca muito bem, com histórias bastante consistentes e pela envolvente que consegue criar. Mas acho que quando o filme fica nas maos dos 2 actores principais, a coisa dá para o torto...

Narizinho said...

....quando o filme fica nas maos dos dois actores... eu vi isto na prespectiva do realizador nos querer fazer SENTIR aquela sensação de impasse, de estar preso a lugar nenhum.E recordo a cena final....

Sergio said...

Onde é a "nossa CASA"? ficara ela ainda no sitio onde nascemos? mudara ela de pais se emigrarmos? e o choque cultural? passeremos isso no pais acolhedor? posso eu estar tao "perdido" num pais estrangeiro como no meu proprio pais?
estas e muitas outras perguntas (e respostas) nos sao colocadas neste filme d W.Salles. e q em alto nivel ele nos coloca estas questoes.....
(faz-me lembrar o filme/doc "Lisboetas", q, acho, trata dos mesmos assuntos)
No entanto, nao consegui passar a "barreira de estupidez" q sao o rol d actos impensaveis, inconsequentes e principalmente irrevossimeis q a personagem principal se auto-coloca.
Nao. Nao sao actos impensados d uma pessoa qq em grave crise...nao!! passa isso e vai p o campo d "auto destrutivo non-sense".
QUASE q me estragava o filme!!! :-)
Gostei particularmente (e nao estava a espera) de ter tantas coisas passadas em Portugal.

Gostei tb do facto d realizador conseguir encaixar bastante bem os pontos em comum das diferetes comunidades em Lisboa. As suas atitudes perante a vida (PAALOP´s-ambiente relaxado e qs em festa; Portugues- sempre pessimista, Brasileiro-com a vida sempre cheia d pripecias e o futuro determinado por isso), etc...
Tenho visto bastantes filmes ultimamente q cruzam estas experiencias culturais e linguisticas e, nao sei se é por estar agora num pais diferente ou se é por ver q + e + frequentemente isso acontece n nossa sociedade, q gosto particularmente d filmes q usam essa tematica p adensar os seus argumentos.

p.s. por isso mesmo espero ansiosamente pelo novo filme d Jim Jarmusch ("The limits of control")